Tenho vindo a descobrir cada vez mais que tenho andado no optimismo negativo. O meu cinismo filosófico e confiante é de raízes tramatizadas e não por causa do conhecimento. Sinto que ando à procura da definição da minha maneira de ser e que não procuro o que defino. Isto é basicamente o meu ponto fraco que se poderá tornar em forte, caso eu continue a conhecer, tal como já comecei.
Descobri que escrevia sempre sobre temas menos positivos, com uma forte crítica - mais de revolta interior, do que propriamente com soluções aos problemas. Bonito, mas sem charme. A elegância verdadeira está nos temas realmente positivos, naqueles em que se ignoram/esquecem os menos bons. Pensar positivo é ver coisas boas em tudo.
A tal linha ténue que separa ignorância do verdadeiro conhecimento.
E ando aqui a escrever para ninguém me perceber, porque assumo que escrevo para mim. A sociedade não pode ser mudada, não pode ser constantemente criticada, porque a maior parte das coisas nela são muito boas. Não me posso dar ao luxo de criticar tudo e todos, como se todos se tratassem de ignorantes e eu de um iluminado. Não sou melhor ou pior do que ninguém.
Não sou vítima, nem produto, muito menos um orientador. Já fui, já me senti assim. Hoje em dia, sou uma peça dessa sociedade que me comanda. Descobri que o verdadeiro caminho não é lutar, mas sim vencer pela minha integração positiva nessa massa de gente tão igual e diferente de mim.
E se ninguém percebeu o que acabei de escrever, não foi por mal. Simplesmente ignorem-me, porque esta minha pseudo-existência de quem "pensa que pensa e acha que existe" não tem um significado forte - não pode ter - para ninguém. Isto é uma luta comigo mesmo. Quero vencer-me de tal maneira que não sinta a necessidade de lutar com mais ninguém.
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1 comment:
apesar da afirmação cartesiana, é sempre bom descobrir a emoção para além do cogito. boa reflexão.
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