Quando eu nasci, subiu um anjo que me disse o que se ia passar na minha vida, que me anunciava os dias de amanhã.
Deus olhava.
Cresci para duas pessoas que me chamavam de filho e que me fizeram crescer da forma mais cruel, da mesma maneira com que eu forço as pessoas que quero que cresçam. Fizeram-me de mim aquilo que eu quisesse.
Enquanto Deus olhava.
Fiz amigos, virei-me contra a família e encontrei refúgios desleais. Troquei família por amigos. Aqueles que, ao contrário da família, "podemos escolher".
E hoje estou com Deus. Ele está comigo e eu com ele. Somos a mesma pessoa. Ele relembra-me a conversa do anjo. É o momento de ruptura, de separação.
Amanhã vou trocar os amigos que ganhei, vou perder aqueles que gostavam de mim por estatísticas e audiências. Vou ganhar falsos amigos que farão tudo para me agradar.
E Deus não olhará mais.
Depois vou experimentar, experimentar, desrespeitando o meu corpo, a minha mente e o meu nome. Vou acabar sozinho, no meio desses meus novos amigos, sedentos, que me consumirão nos meus apogeus de fraqueza. Serei consumido pela minha própria ambição.
Perderei tudo para todos e de mim só ficará... não ficará nada.
Deus já se tinha ido embora.
E eu que tudo tive - que fui avisado por um anjo logo quando nasci - acabarei na miséria por ter escolhido um caminho que não foi feito para mortais, como eu. E estou na fase de ruptura, de separação. É aqui que posso fazer a diferença, que posso evitar o que já foi dito.
Mas por querer ser Deus, vou seguir em frente e fazer todos os erros que me vão definir. Posso ter nascido prisioneiro, mas hei-de morrer livre!
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1 comment:
Nunca ninguém disse que crescer/viver era fácil!
"two wrongs don't make a right"
abraço!
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