Os tristes já foram felizes, os felizes nunca foram tristes, não pode ser, pela apatia, pelo fechar dos olhos, que não é de cansaço. Aqueles que fazem a barba todos os dias, não sabem como é tê-la grande. Não podem saber. Dão por si, nas férias, revoltados por querem voltar a trabalhar, fazer mais dinheiro, porque não estão a aproveitar, e só estão a gastar o dinheiro que pouparam todo o ano. O patrão deixa-os trabalhar até à exaustação. As férias não são para mudar de ares, mudar a vida, as férias são uma pequena pausa num ano de um trabalhador, que voltará a trabalhar logo que essas férias acabem, e fará o mesmo o ano seguinte, e no seguinte também! Vendem assim os seus sonhos, os seus objectivos ofuscados pela realidade que acreditam ser a real, e seguem, cultivando, semeando, plantando e colhendo os sonhos daqueles que não se lembram que um dia foram infelizes.
Fechamos todos os olhos, uns para dormir, outros para sonhar, outros para não ver. Muito poucos são aqueles que nunca fecham os olhos, sempre atentos ao que se passa, a eles e ao resto. Porque as mudanças acontecem. E nem por acontecerem há protestos, há revolta, há luta por um ideal: há sempre um fechar de olhos, um tempo de transição. Deixamos de ser nós quando seguimos ordens contrariados. Seguimos as ordens por causa daquele dinheiro que será por uma boa causa, seguimos por vermos mais além, por vermos mais do que aqueles que seguem connosco, mas por lhes restar apenas seguir, como opção. Mas é ilusão. Porque o sonho, é agora, não é adiar, investir, ou o que quiseres! Não é o amanhã, porque hoje foi o amanhã de ontem e nem por isso, chegaste aonde ontem imaginaste. Mas também disso já te esqueceste. É normal... Porque vives no sonho de outra pessoa. És a personagem do sonho de alguém que dorme e descansa. Daquele que fecha os olhos, e que nunca os abre, porque tu estás acordado por ele.
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