As brisas dançam no ar que envolve tudo o que existe. As brisas passam com os braços em tudo o que pode ser tocado. As brisas, como tudo, são feitas de água, ainda que em pouca quantidade. Como tudo, disse eu. Tudo é feito de água. O nosso planeta é água. Até nos desertos há água. E as brisas continuam a dançar por aí fora, saudando com o toque suave tudo o que é matéria.
Com um simples toque numa superfície suave, faz com que uma gota se libertasse. A gota liberta-se, assim, deixando para trás a criança que a habituou a ver o Mundo com outros olhos, que a ajudou a crescer e a libertar-se. Porque este tipo de gotas, dizem, que existem para nos fazer crescer. E voa a gota, livre de superfícies, de intenções ou preocupações, simplesmente voa, flutua. Dança com a brisa e beija as mudanças de temperatura que existem no ar. Essas mudanças que ninguém sente, que ninguém pode sentir, por ser demasiado grande, e pelo ar ser tão pouco importante.
Dança, gota, dança, dança pelo ar, pelas brisas que te indicam o caminho e que tu segues, porque nada tens a perder. Soltaste-te, gota, agora voas... Voas em liberdade. Uma liberdade que não é a ti que pertence, mas da criança que te libertou. A criança que te chorou. E é assim, salgada, que cais no chão.
Salgada.
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1 comment:
"Àguas que banham aldeias e matam a sede da população... Àguas que caem das pedras, no véu das cascatas que depois dormem tranquilas no leito dos lagos...
Àgua que do sol evapora do céu vai embora, tornam-se nuvens de algodão. Gotas de àgua da chuva... Alegre arco-ìris sobre a plantação. Gotas de àguas da chuva, são tristes são lágrimas da população."
Digno. *
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