As cócegas podem fazer rir, mas também podem irritar muita gente.

"Seja bem-vindo quem vier por bem!" e "se à porta humildemente bate alguém, senta-se à mesa com a gente!"

Recomendação Sonora

Monday 6 April 2009

Anjos

Os anjos fazem amor e não têm sexo.
Trocam saliva molhando-se só por dentro,
Lacrimando interiormente em felicidade e amor.
Falam dos vivos que sofrem de dor.
Compreendem, mas esquecem.
Beijam e adoecem
Sem ficar doentes ou vencidos,
Anjos dum exército de prevenidos.

Gente vivida de emoção e calor.
Gente que se perde e se vence.
Gente que nunca terá valor.
Gente que nunca erra ou aprende.

Porque amar não é um erro, nem castigo,
É antes um dever e um compromisso,
É um favor a toda a humanidade,
É o força desta irmandade.

E quem são estes anjos de que falo,
São só anjos obscenos e derrotados?
A eles eu pertenço e aqui me calo,
Pois não sou Deus, nem um dos seus escravos.

O que fazer para a eles pertencer?
Que mais dar para além de um abraço e um beijo?
Dou-vos tudo, porque nada tenho a perder
Que apesar das feridas, nunca me aleijo.

Sou cicatrizes e palavras de sempre na pele,
Já fui vencido por este fado cruel,
Mas se eu me tivesse rendido,
Já ter-me-ia entregue, perdido.

Digo-te apenas o que vi e o que sei,
Sei que és capaz, porque eu também o fiz.
É possível nascer e morrer Rei
Ouve o que este anjo te diz.

Despreza o amor e ódio terás,
Ama com o corpo e nada encontrarás.
Nunca te deixaremos cair na desgraça,
Porque a gente, como nós, que ama
Encontras em toda a parte,
Na rua,
Na praça,
Na tua,
Na minha,
Na tua mãe,
Teu ancestral,
Em todo o nosso
Portugal.

Porque te amamos.
Não por opção,
Assim felizmente nos lamentamos,
Por amor - já disse - e não por razão.

Por opção?
Não...
Nunca foi por razão.
Mas assim somos,
Fracos na força que Deus;
Elevando-nos aos Céus,
Marcando os passos do destino,
Vencendo os prados brancos,
Que não vês
Enquanto não abrires os olhos.
Que não sentes,
Enquanto não entregares o corpo.

Não te mates:
Sacrifica-te!
Não te gastes:
Imortaliza-te.

E vem ter connosco.
Senta-te neste muro que não tem fim.
Neste muro de tijolos acentados pelos teus pais,
Senta-te. Sente o muro do futuro.
Sente o muro que é do futuro e do passado.
Deixa-te cair para trás e flutuar,
Que o tempo já parou
E para cima é só ar.

Ar que sopra e nos leva a inteligência,
Que um homem não compreende tudo.
Que nos leva a adolescência,
Que nos faz um velho surdo e mudo,
Mas com sentidos!
Com emoção!
Com a arte
Na junção,
Entre aquilo que se entende
E aquilo que se quer aqui,
Nasce um anjo que te mente
E que se mata por ti.

Imortalidade para quê?
Serenidade para quê?
Os anjos nasceram para lavrar a terra
E para um dia se enterrarem nela.

1 comment:

Anonymous said...

Decadência pós-modernista, isso é uma fase, passa. O pior é se arruínas o fígado e os pulmões. Dá estilo, até se parece intlectual e então se se fizer cara de cú e blasfemar sobre o intelecto ou a falta dele de tudo e todos, cais em graça e ainda te tomam pelo chico esperto do teu bairro.
Ca porra de fase a tua meu!! O pior é que pode não ser fase mas sim estado permanente. não há por aí shrinks para tratarem de ti?