Todos nós, pelo menos uma vez, já perdemos o fio à meada. Todos nós já experienciámos a sensação de ter de fazer algo e não saber por onde começar, ou perder a motivação necessária que nos atira mãos à obra.
Ultimamente tenho-me sentido à deriva. É provavelmente aquilo que acontece àqueles que se deixam consumir pelas suas manias. Deitar e levantar às horas que querem, sem grandes obrigações, cozinhar apenas quando nos apetece, ainda que tenhamos fome. E se entrarmos a sério nesta brincadeira começaremos a ver o Mundo avançar, os teus conhecidos a vencederem ou a serem derrotados, os dias de chuva a transformarem-se em dias de Sol e o contador do teu blog continuar a subir. No entanto, a tua cabeça transformou-se num tijolo tão frágil que jamais poderás construir seja o que for com ela; ou pelo menos é assim que te sentes.
São estes momentos de angústia que te fazem parar para pensar na efemeridade de tudo isto e a importância que nós temos vindo a dar à vida. Penso porque é que estou a ouvir a porta do quarto do lado a bater atrás da passagem de uma pessoa, se ainda são só 6:30 da manhã. Penso em coisas simples como estas que me fazem sentir pequeno e inútil, com as quais me vou defendendo acusando os outros de se terem entregue à engrenagem da sociedade e ovelhas. Mas eu sei que também não estou a ser feliz, entregue à engrenagem que eu criei e que é forte demais para mim também.
E nestes momentos, antes de me motivar a escrever sobre pessoas como Cole Porter, Hal Prince e Kurt Weill - estes senhores que já morreram, mas que, fazendo parte daquilo que ambiciono ser, serei uns dos tais que os tornará imortal -, fico meditando numa maneira de encontrar a minha própria imortalidade sem ter de passar pelas dos outros. Nisto, penso naquilo que me atirou tão baixo, e não no que me poderá atirar para cima. Penso em coisas como esta:
Como poderei eu vir a ser imortal, quando memórias tão arrasadoras do passado me perseguem? Quando virei eu a ser o que quero, como poderei lutar eu contra essa engrenagem, se nem eu tenho as condições emocionais? E sei que a resposta... a resposta está na Natureza. À minha volta, em todo o lado... eu é que não estou a levantar a cabeça para a receber.
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