As cócegas podem fazer rir, mas também podem irritar muita gente.

"Seja bem-vindo quem vier por bem!" e "se à porta humildemente bate alguém, senta-se à mesa com a gente!"

Recomendação Sonora

Monday, 14 January 2008

Um sítio para dormir

A porta estava aberta. A casa? Era assim escura, com janelas penduradas, trepadeiras a engoli-la para a Terra, vidros partidos, estava claramente (claramente, como quem diz, porque, para além de ser de noite a casa é mesmo escura) abandonada. Entrei, claro, tinha de entrar. Não fosse isto um texto meu!
Entrei devagar. Não foi devagar pelo medo. Foi devagar para apreciar a adrenalina... para deixar que os ruídos me incitassem a gritar, no entanto conter-me e transparecer serenidade e até segurança. Ao pisar vidros partidos no chão, com os ténis, fazia questão de pisá-los devagarinho, mas com força, mudando todo o meu equilíbrio e centrar o peso precisamente acima dos cacos. O ruído... Que prazer! E a adrenalina? hmm.... escura, muito escura era a casa. Escura demais, tive de ligar a lanterna (se ainda não te riste, neste texto, é porque ou estás sóbrio, ou estás demasiado crítico. isto é para ser lido com uma mão dentro das calças, enquanto de excitas). Que corredor enorme, logo à entrada. Não há portas até lá ao fundo. Como é que uma casa pode ser feita com um só corredor? De súbido, apareceu-me um mendigo. Apontou-me uma faca ao pescoço. Mas, coitado dele... a cara dele foi ao encontro dos meus nós dos dedos... três vezes.
Ficou anestesiado, o Irmão! Dei-lhe umas chapadinhas, porque precisa dele. Pedi-lhe para ele me penetrar analmente. Ele parecia não ter percebido, então baixei-lhe as calças, aquelas calças emundas... E aquelas cuecas com um cheiro tão intenso... baixei-lhe as calças e disse-lhe para se endireitar. Ele parecia fazer obstáculo aos meus comandos. Coitado, deixou que a cara fosse novamente ao encontro de uma parte sólida do meu corpo... desta vez foi o meu joelho. Remédio santo. O podre mendigo endireitou-se. Que remédio tinha ele? Na vida é a lei do mais forte!
Ele endireiou-se. Vi que ele não me podia penetrar, porque estava fisica e espiritualmente despreparado. Comecei por lamber o pénis dele... ele, aí, agarrou na minha cabeça com a mão e pareceu puxar-me o cabelo para eu parar. Pobre coitado, foi com quase a mesma força que dominei ali manualmente o seu ponto fraco. Percebeu o que eu queria dizer e largou os meus cabelos... Voltei a lamber carinhosamente o seu pénis... E que odor, meu Deus... e que sabor... a minha primeira vez devia ser mais nobre, com alguém mais limpo, mais respeitável... E ali estava eu a fazer uma mamada a um mendigo. Lambi o pénis dele com cuidado... puxei a pele para trás, para poder saborear melhor a cabecinha... que sabor nojento... tive de chupar aquilo tudo, pô-lo todo na boca e misturá-lo com a minha saliva. Não precisei de muito para lavar e purificar o seu membro. Levantei-me e baixei as calças. Olhei de frente para ele, os dois em espelho, num corredor, com as calças para baixo. Ele tinha prazer e medo nos olhos. Virei-me de costas e dobrei-me. Silêncio. "Penetra-me", disse-lhe.... assim ele o fez.
Quando estava a vir-se, tirei o seu pénis do meu anús relaxado e literalmente aberto e pu-lo na minha boca. Regou-me a língua com aquele líquido. Puxei as minhas calças para cima, ele as dele e dei-lhe a mão. Segui em frente, no corredor, guiando-o comigo, pela mão. Encontrei uma porta naquele corredor. Tinha de haver, aquilo não podia ser só um corredor, tem sempre de haver mais qualquer coisa numa casa. Entrámos nessa porta e era a sala, devia ser a sala...
Um colchão no chão com umas mantas... naturalmente seria a cama dele. Disse-lhe para ele se deitar... Ele perguntou o que é que eu lhe ia fazer. Olhei-o nos olhos. Aproximei-me da cara selvagemente. Olhei-o fixamente. Olhei naqueles olhinhos brilhantes e medrosos e vi uma pessoa. Foi aí que me passei. No entanto, com a respiração constante e controlada, foquei-o e bloquei os seus movimentos com o olhar. Hipnotizei-o. Olhei com tanto ódio, tanta raiva, com tanto desprezo que ele percebeu... e deitou-se. Esbocei um sorriso e sentei-me num cadeirão que lá havia.
Olhei para ele deitado, coberto, escondido com medo. Ele olhava para mim, desviando o olhar esporadicamente. O confronto era demasiado forte para ele. Reparei numa televisão que ali estava. Peguei no comando e liguei-a. Pus-me a ver TV. Ele continuava assustado...
Na TV estavam a dar as novelas daqueles canais estranhos que nunca sabemos os nomes. Eu deixava-me ser comido por aqueles programas... depois do que aconteceu, quem é que ainda teria honra? O mendigo adormeceu. Ele ia adormecendo, devo dizer. Levantei-me a correr e dei-lhe um pontapé na barriga. Contorceu-se de dor e deixou-se ficar na cama a gemer. Voltei a sentar-me...
Horas mais tarde, já de dia, tentou levantar-se. Obviamente que eu não iria tolerar aquele tipo de comportamento. Desfiz os meus nós dos dedos na cara dele. A cara vermelha e húmida de sangue. Deixou-se ficar na cama, à espera de algo. Depois é que percebi que queria que eu me fosse embora. Mas eu não... Já era de dia, já podia ver os programas de realmente gostava. Reparei que a cara dele tinha ficado inchada. Ao limpar-se às mantas, pude ver as nódoas negras. Senti-me mal por ele, terei sido demasiado violento? Não... se também me doiam as mãos, ele também podia aguentar com um pouco de dor. Pediu para eu o deixar sair. Pedir é pouco - ele implorou! Pôs-se de joelhos no colchão, - ou devo dizer - tentou pôr-se, mas de súbito uma garrafa de vidro atingiu-o na cabeça. Uma garrafa vinda do nada. Completamente desprevenidos. Desprevenidos? Só se for ele, porque a garrafa não veio do nada, fui eu que a atirei.
Voltou a atirar-se para o colchão em dor, contorcendo-se. Implorava que não lhe fizesse mais daquelas coisas - enquanto eu pensava "Eu? Um ser tão criativo, com tanta coisa para fazer, achas que me ia tornar repetitivo fazendo mais daquelas coisas? Tu terás outras, meu amigo." - que o deixasse em paz. Até aí, tudo bem. Porque estava a dar os Teletubbies e o Sol, o menino que se ri, ia animando-me. Só me passei mesmo quando a Lala não comeu a torrada Tubbie e o aspirador Nonô teve de ir lá e limpar. É que eles fazem sempre o mesmo, todos os programas, se consideração nenhuma pelo pessoal das limpezas. Para piorar o outro, deitado no colchão lembrou-se de, chorando, perguntar "porquê?". Já não bastava estar a interromper-me, num dos meus programas favoritos, ainda me fez a pergunta cliché de quem está a sofrer. Fez-me sentir mal, ele fez com que eu me sentisse um criminoso, ou torturador, um sádico. Eu não admiti. Desapertei os meus atacadores da cara dele....
Voltei a sentar-me. Muito gemeu ele... Pobre rato...
Os Teletubbies tinham acabado, tinha começado o Art Attack. O que me revolta no Art Attack é que aquilo não é difícil de fazer, caso tivéssemos um estúdio como o deles, em que todos os dias há material novo para fazermos coisas novas... Nisto, o mendigo lembra-se de se levantar. Olhei para ele com o olhar "o que é que pensas que estás a fazer?". Ele começou a chorar compulsivamente, a dizer que se queria ir embora. Eu calmamente expliquei-lhe: "não hás-de comer, não hás-de sair desta porta. Eu se fosse a ti, voltava a deitar-me antes que me magoasse mais. Tu daqui não sais." Ele foi a corre a porta. Pobre tolo! Eu estava mais perto dela do que ele e, naturalmente alcancei-a bem primeiro, bloqueando-lhe o caminho... Quando percebeu que tinha tentado e - pior do que isso - falhado sair dali, deu comigo a caminhar na direcção dele. Agarrei na televisão e atirei-a à cabeça! Ele desviou-a, mas ainda foi atingido. Fugiu para um canto da sala. Voltei a agarrar na televisão, ainda com ela ligada à corrente, mas já com os vidros partidos! Atirei ao pobre rato... Atingiu-o, esmagando-lhe as pernas. Disse-lhe desesperado: "Então, foi bom vires-te na minha boca? Que tal me comeres o cú? Agora não dormes! Hás-de ficar a pensar no que me fizeste." Ele desesperado, correu em direcção à única janela que havia e atirou-se. Cortou-se todo. A esvair em sangue, encontrei-o deitado no chão cá fora... Vidros por toda a parte. Tinha um corte profundo na barriga. Sentei-me e vi-o ficar pálido... Cuspia sangue, estendia-me a mão. Mas eu ali sentado naqueles três degraus da entrada, vi-o morrer... lentamente... vi o sangue cobrir as ervas daninhas, vi, vi! Não tive pena nenhuma, porque as pessoas não se podem dar ao luxo de deixar a porta de casa aberta e violar aqueles que por ela entram. Foi isso que ele fez. Não está correcto. Eu posso ter gostado, mas ele não tinha o direito. E eu era virgem... ainda por cima era virgem... Ele penetrou-me violentamente no anús e ainda gozou na minha boca!
Devo confessar que gostei de ter sido comido por ele. Mas quando aquilo acabou, percebi que não sou gay, que aquilo não era para mim e especialmente que ele me metia um enorme nojo. Como não podia deixá-lo viver com aquelas memórias, depois de me ter deflorado, tive de fazer que o tempo passasse até ele se suicidar. Isto é daquelas coisas que não sei ao certo se ele soube serem as causas daquela tortura. Acredito que se tenha sentido culpado no meio de tantos "porquês" e isso bastava-me.
Outra coisa que ele não sabe é que eu, na verdade também tinha sono, tal como ele. Simplesmente não consigo dormir na mesma cama com a mesma pessoa da foda colorida.
Levantei-me, fechei a porta de casa e fui deitar-me no colchão.

Finalmente em paz.
Finalmente descanço.

2 comments:

Morce said...

Não consegui tirar os olhos do monitor por um segundo até acabar de ler. Muito bom mesmo *

Teresa Raquel said...

Como é que conheces tão bem a cabeça de um doente deste tipo menino Balbino?
Parabéns, fo**** tá...tá...
Está.