As cócegas podem fazer rir, mas também podem irritar muita gente.

"Seja bem-vindo quem vier por bem!" e "se à porta humildemente bate alguém, senta-se à mesa com a gente!"

Recomendação Sonora

Saturday, 2 February 2008

A tua missão

Uh... foi... sim... uh... acho que foi quando percebi que estava a doer-me a cabeça... quero dizer... foi aí que começou a doer-me a cabeça... não sei bem porquê e fiquei curioso. Acho que acontece a todos aqueles que estão a ser incomodados por algo, mas não sabem bem porquê. As dores de cabeça são o de menos. Isso é acontece por eu não ser o Deus da minha própria religião... talvez o mártir... o messias... e também o crente. Mas o que me estava a incomodar não era decerto as dores que eu sinto, mas as dores que tu sentes. Aprecio a diferença que existe entre nós, entre os vivos e os mortos, entre aqueles que pensam para além da vida e vivem em paz, descansam em paz... aprecio e as maiores sensações que recebo são das tuas experiências, do teu sofrimento... principalmente... do teu sofrimento... hmm... sim.

Ora experimenta olhar para as paredes sólidas que te rodeiam... parte-as... hmm... quebra-as... não estão lá... são materias... matérias. Essas paredes não... não podem fazer nada... foste tu que as construiste, és tu quem as pode derrubar... se alcançares, hmm, isso, vais perceber que não existe nada artificial - que é tudo natureza. Não faz sentido falar da sociedade, da vida, de trabalho... isso é... esquece. Estás muito tenso. Estás muito material, tens de fazer com o espírito.

Experimenta agora olhar para o teu corpo... despe-te todo em frente ao espelho... toca-te... sente o tecido da tua pele... faz o que te digo... vais perceber... vai, toca-te no pescoço... nas costas... nas pernas... desliza as mãos pelo peito... olha para os teus olhos... se tiveres atenção, vais perceber que essa pele... hmm... esse corpo que tu tens aí despido... foi-te dado muito recentemente... sim... ainda há pouco tinhas mãozinhas no lugar de mãos, tinhas o cabelo de outra maneira, menos pêlos corpos... o teu corpo mudou... mas... ainda não acabei... o teu corpo não mudou todo... ele vai continuar a mudar... vais ter ainda mais pêlos... menos cabelos... mais pele, mais gasta... e mesmo quando morreres, ele vai continuar a mudar até desaparecer por completo. E todos se esquecerão de ti... hmm... e... aqueles que não se esquecerem de ti... vão morrer logo a seguir a ti... e vão acabar como tu, nada... Tu que, hmm, te olhas no espelho, percebes agora que nunca exististe, nunca existiu... que já morreste... e se fizeste isto que eu te disse... se... percebeste agora... aceitaste o que se pode chamar destino... se não tiveres medo, se te entregares... ao desconhecido... garanto-te que as tuas dores de cabeça pararão... tal como as minhas também. Esta é a nova religião.

3 comments:

Anonymous said...

Dá-me essas dimensões que eu digo-te!

calminha said...

podia-se falar muito sobre o que escreves-te mas só tu saberas o porque de teres escrito isto ,a mim deu-me que pensar , mas talvez por despertar em mim, o sentimento de que todos os dias morremos para o minuto vivido, e que temos de ir morrendo para umas vivencias para poder descobir outras..um abraço

Anonymous said...

Até hoje não encontrei maneira melhor de explicar a liberdade existente numa vida humana.
Nada me ultrapassa, e o meu mundo é meu enquanto o sou.
Na minha não existência senti a mais simples resposta que podemos dar à questão da liberdade. Porque não fazer? Porque desistir? Não existo?! Posso tudo!
Que acordem novos crentes, para que cada um possa conhecer a sua religião.
Aqui, disseste-me muito.

Jesuss