Saí hoje à rua com o intuito de fazer o filme do post seguinte. Estes dias em que os horários andam todos trocados, passadas duas semanas, voltas ao início do ciclo e acabas por acordar, sem sono às 7 da manhã. Sabe que Quinta-feira é aquele dia em que só tens uma aula das 13:15 às 14:45 (e em Inglaterra, acreditem que são mesmo estas horas - especialmente quando é para acabar a aula... venham dizer-te que teatro é com paixão!). Tocas um bocado de guitarra e quando o sol começa a bater forte na tua janela, resolves sair à rua numa de fazer qualquer coisinha engraçada para quebrares o tédio. Assim foi: saí, fiz o video e fui às compras.
Nas compras, como na Iceland não tinham o gel de banho que eu queria (aquele que é barato), resolvi guardar para o comprar no Savers, que até ficava a caminho de casa. Chego à loja atrás referenciada e meto-me a olhar para as prateleiras, a tentar procurar no meio de tanto colorido, aquilo que realmente interessa. Nisto, passa por mim um miúdo a comer uma daquelas bolachas que nunca tinha visto em Portugal. A mãe chama-o, mas ele não vem. Como tal, vai atrás dele e domina-o puxando a tal trela de que já tínhamos aqui falado, que estava camuflada na cor do casaco do muidinho. Como tinha a camera fotográfica comigo lembrei-me da promessa que tinha feito: tirar uma foto com um desses miúdos para personalizar o post que já tínhamos aqui falado.
Comecei a tremer de nervoso (aliás, ainda estou), mas pensei "Se eles andam assim na rua, naturalmente é porque consideram normal, logo eles não precisam de saber que para ti é anormal. Vais ter com a mãe, pedes permissão com o pretexto de ser um estudo sobre os métodos de segurança para crianças - já que é aquilo que eles defendem."
A tremer, mas com fé, fui ter com a mãe. Dei umas voltas pela loja, à espera do momento perfeito e como já tinham passados dois minutos e eu ainda estava a arranjar coragem (para além de nunca haver momentos perfeitos, no que toca a coisas como estas) atirei-me ao que me tinha proposto. Dirigindo-me à senhora: "Hi! Do you mind if I take a picture with your son? I am doing a research..." (aqui o olhar dela derrotou-me) e disse-me "No." e eu "No? Ok...". Ali perdi a tentativa de o fazer acontecer! Mais nervoso, mas agora também envergonhado, fui lá escolher o gel de banho.
Ao andar para a caixa - imaginem um corredor longo e claro de supermecado, onde eu estou a andar desde lá do fundo - com o meu produto, vejo a senhora a pagar e a olhar para trás. Quando eu surjo no seu campo de visão, foge com o seu olhar para a frente fazendo um sinal com a cabeça para a senhora da caixa. Nisto, a fila toda indiscretamente e em cánone, olha para trás. Olham para mim e voltam-se para a frente desviando os olhos. A senhora com a trela e o menino saem dizendo adeus e a senhora da caixa responde-lhes de volta, ficando responsável por tomar conta do ambiente pesado que ali ficou. As senhoras que queriam pagar, mas tinham o pedófilo estrangeiro atrás delas, e a senhora da caixa que ao atendê-las, devia estar a magicar algo para me dizer/repreender. Paguei, saí. Nem uma palavra.
Hoje falhei, mas pode ser que amanhã acerte. Não sei é se tenho coragem... Afinal, não é assim tão normal tirar fotos com meninos atrelados nas ruas...
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4 comments:
Que vacilo balbino. Tiravas a fotografia sem eles verem...!!
Quanto a este Post estou-me a cagar para o facto de não conseguires ter tirado a foto, só me interessa mesmo que me tragas um pacote daquelas bolachas tabom? =D
Beijinhos
A quanta gente me apetecia pôr trela...! Sonhar é de graça...
previsivel...imaginei tudo como um filme na minha cabeça, já conheço benzinho esse panorama...Beijao
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