Daqui a uns anos - não muitos - haverá o controle nas palavras que dissermos. Tudo o que dissermos terá um modo, uma programação pré-definida de acordo com o que já foi inventado. Os grandes escritores irão ter um programa em que bastará falar, que na recepção do som, transforma-se em letras aquilo que foi dito. Tal como a carne crua em pedaços que entra na máquina e sai em carne picadinha.
Será assim, na nossa comunicação, nas nossas relações humanas, até nos nossos pensamentos. As pessoas não terão voz própria. Será tudo transmitido para um pequeno aparelho que reproduzirá o som standard, de acordo com as intenções e a legislação de bem falar. Assim, a mesma voz ecoará nas ruas, em vários pontos, saindo de várias pessoas, mas falado de coisas diferentes, nos volumes permitidos pela lei e sobre os temas permitidos. Só se falará daquilo que se pode pensar.
Mas haverá uma falha.
Nascerá alguém que irá fugir para as cinzas da Europa destruída. Vai arranjar o pequeno aparelho do pescoço e vai começar a emitir sons... como um animal... "hhhaaaa uhhhhh mmaaaaa huhhhhh". Aprenderá a desenhar as letras, nas terras do chão... encontrará outros com sons diferentes.
Os anos passarão e formarão uma sociedade. Montarão uma escola e escreverão um livro com novas experiências, novos sons, com um novo alfabeto. Um livro para derrubar o grande regime. Conseguirão voltar à civilização, infiltrando-se e espalhando cópias desses livros por baixo das almofadas dos cidadãos civilizados.
Será assim, na nossa comunicação, nas nossas relações humanas, até nos nossos pensamentos. As pessoas não terão voz própria. Será tudo transmitido para um pequeno aparelho que reproduzirá o som standard, de acordo com as intenções e a legislação de bem falar. Assim, a mesma voz ecoará nas ruas, em vários pontos, saindo de várias pessoas, mas falado de coisas diferentes, nos volumes permitidos pela lei e sobre os temas permitidos. Só se falará daquilo que se pode pensar.
Mas haverá uma falha.
Nascerá alguém que irá fugir para as cinzas da Europa destruída. Vai arranjar o pequeno aparelho do pescoço e vai começar a emitir sons... como um animal... "hhhaaaa uhhhhh mmaaaaa huhhhhh". Aprenderá a desenhar as letras, nas terras do chão... encontrará outros com sons diferentes.
Os anos passarão e formarão uma sociedade. Montarão uma escola e escreverão um livro com novas experiências, novos sons, com um novo alfabeto. Um livro para derrubar o grande regime. Conseguirão voltar à civilização, infiltrando-se e espalhando cópias desses livros por baixo das almofadas dos cidadãos civilizados.
Uma grande maioria não irá reparar que tem um livro por baixo da almofada.
E a minoria que pode mudar o mundo... vai... vai tentar ler... e não vai conseguir.
4 comments:
"(...)Mas se o objectivo, em vez de ser continuar vivo, for continuar a ser-se humano, então, bem vistas as coisas, tudo o mais que diferença faria? Eles não podem alterar os sentimentos...aliás, nem nós próprio poderiamos alterá-los, mesmo que quiséssemos. Podiamos pôr a nu, com todo o promenor, quanto houvéramos feito, dito ou pensado; mas o mais fundo do coração, cujo funcionamento até para nós contitui um mistério, há-de ser sempre inesxpugnável."
do meu amigo: George Orwel
Amo-te?
Qual é o capítulo do admirável mundo novo é que andas a ler ;)?
Sim senhora estou a ver que estou "perante" um visionário. É sempre engraçado pensar nisso, até quando a ciencia nos vai condicionar? mas nunca, nunca mesmo nos vai poder tirar o que mais precioso temos, a inteligência e a capacidade de pensar, podem inventar as inteligências artificiais que quizerem mas nunca igualaram o nosso cérebro, felizemente... (ufa!)
abraço
Só temos um problema, será que vamos sobreviver como espécie até chegar a esse ponto?
Concordo com esta ideia, há sempre alguns de nós que nos sabem chamar à realidade, mas infelizmente, na minha opinião, torna-se cada vez mais difícil fazer isso. E um dia poderemos não conseguir libertarmo-nos disso
Isto é um futuro muito negro. Negríssimo, diria eu! Talvez demasiado negro para mim que vejo cor-de-rosa e azul bebé em todas as situações. Porém... ainda assim... se isso, quiçá, acontecer ou se eu parar para imaginar tal situação a minoria iria aprender a ler aqueles simbolos que na verdade são letras que têm uma história para contar. Não? =P
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