Há demasiada tristeza em mim para fazer alguém feliz.
Escuto em silêncio, mas não gosto do que o meu coração me diz.
Gosto de um pouco de calor porque me faz bem
E no entanto, sou rijo e frio - se é que sou alguém.
Tento amolecer a pedra da minha pele
Despindo-me todo no papel
Para que alguém tome conta deste ser
Que tem fome, mas esquece-se de comer.
Faço-me imortal nas palavras que vão sendo lidas,
Breves e cheias, mas sem fecharem as feridas
Que só haverão de ser curadas
Quando todas as luzes forem apagadas.
Escrevo-me em rimas, talvez assim eu comece a sentir,
Mas o meu coração há muito tempo que decidiu partir.
Agora escrevo-lhe cartas e grito "regressa"
Com pedaços d'alma na mão que se desfazem de-pressa.
Choraram neve os meus olhos agitados
Quando descobriram ao que estão destinados.
Sou gente fria e com isso tenho de me conformar,
Pois nunca ninguém se amou antes de primeiro se odiar.
Nunca pensei ver-me tão gordo e tão feio,
Sempre me disseram que era belo e meigo.
A verdade é que eu nunca fui nada
E agora a minha luz que fraqueja, está prestes a ser apagada.
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4 comments:
ficou-me
Pois nunca ninguém se amou antes de primeiro se odiar.
é dificil rimar e soar a genuíno. isto é.
Ama como se nunca tivesses sido magoado, disse alguem..
e quando a luz for escassa continua a escrever, porque nós nunca estamos sozinhos, estamos sempre com nós próprios e com alguem em que pensamos...
Joana
obrugada pela visita ao meu estaminé ;)
Também eu me tento perpetuar em palavras, pelo menos até o vento (ou o google) as levar...
Abraço!
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